quinta-feira, 14 de junho de 2012

Técnico diz que poderia moldar Popó ao MMA, mas deputado admite "medo" de chutes

Em tempos de MMA, os lutadores de boxe constantemente são assediados com uma questão: aceitariam um desafio nas regras das artes marciais mistas? Não é diferente com o tetracampeão mundial Acelino Popó Freitas, que recentemente entrou no ringue para uma despedida dos ringues. Segundo seu técnico, talento não faltaria para esta transição de modalidades, mas o baiano diz que teria dúvidas em mudar por duas razões: parte financeira e “medo” dos chutes.

“Eu acompanhei muito o vale-tudo na Bahia, há muitos anos. Não tinha luvas, rounds e limite de peso. Mas nunca pensei em lutar. O dom que tenho é para lutar em cima e para chutar a bola de futebol”, brincou Popó, que gosta das “peladas” de fim de semana. “Imagina se eu levo um daqueles chutes do José Aldo, que é mais ou menos do meu peso! Não levanto mais (risos)”.

Popó reclama das bolsas do MMA, que não costumam passar de US$ 1 milhão, enquanto ele estima que poderia receber entre US$ 5 e 6 milhões para enfrentar um lutador do nível de Pacquiao. Para o filipino enfrentar Floyd Mayweather Jr., no combate mais aguardado do momento, eles podem faturar quase US$ 50 milhões cada.

“Se o MMA pagasse igual ao boxe, eu até poderia tentar. Mas não vejo isso acontecer. Ninguém pagaria o quanto eu ganharia no boxe para eu começar no MMA. Eu não vou ser escadinha de ninguém e se tomar um chute daqueles minha perna quebra. É muito fina”, riu Popó.

Mas, caso ele não se importasse com esses valores e enfrentasse o desafio, o técnico Ulisses Pereira diz que poderia fazer o necessário para transformar o deputado-pugilista em um nocauteador também com as luvas menores.

“Seria fácil moldá-lo, pela qualidade e o potencial que o Popó tem. Seria tranquilo acrescentar uma defesa no chão, uma defesa de queda... Ele também seria um grande nocauteador no MMA”, afirmou Ulisses, que esteve com o baiano na vitória sobre Michael Oliveira, no começo do mês.

“O nível técnico dele é tão bom que é simples o trabalho. O Popó mostrou que, se quisesse, poderia ter retornado para disputar até um título mundial no boxe. Ele estava pronto para uma luta neste nível”, completou ele.

FONTE: UOL

O ex-pugilista baiano chegou a dizer que prometeu ao filho, Popózinho, que não vai mais lutar. Afirmou também que a rotina dividida entre treinos e o plenário é muito intensa, mas que mesmo com tudo isso aceitaria encarar o astro Manny Pacquiao e relevar mais uma das diversas aposentadorias que já prometeu.