Com a demora do prefeito João Henrique (PP) em se definir sobre o que fará na sucessão municipal, o PT já não vê mais seu eventual apoio ao pré-candidato Nelson Pelegrino como parte da aliança que acaba de celebrar com o seu partido.
Pelo contrário, interessados no impulso que a máquina municipal pode dar ao seu pré-candidato, os petistas acham que terão que negociardiretamente com o prefeito, e de forma independente do PP, os detalhes do apoio que esperam que ele hipoteque ao petista.
“O PP é uma coisa. O prefeito é outra. Isso está claro”, filosofou um petista que participou das negociações com o PP pelo apoio ao candidato do PT, celebrado na segunda-feira à noite numa reunião com o governador Jaques Wagner. Sem a participação do prefeito, além da indicação do vice na chapa petista, praticamente assegurada, o PP negociou com o PT eventual aumento da participação do partido no governo estadual, onde já detém a secretaria estadual de Agricultura.
O nome do novo posto não foi revelado. Mais do que isso, o PP viu também na abertura das conversações a oportunidade que esperava para negociar participação na chapa futura com que o grupo governista deve disputar a sucessão de Jaques Wagner, em 2014.
Entre os cargos sobre os quais os progressistas conversaram a respeito com o governo visando 2014 estão a vice ou a vaga ao Senado na chapa com que os governistas disputarão as próximas eleições. Quanto ao prefeito, o PT quer primeiro avaliar precisamente as exigências que ele faz para manifestar o apoio a Pelegrino para então poder decidir se são razoáveis e podem ser atendidas.
Uma delas, de conhecimento público, é a de que o PT e seu pré-candidato defendam a atual administração, levando em conta o fato de já terem participado dela por meio da indicação de vários quadros.
Por seu turno, os petistas não aceitam também a possibilidade de, apesar de o PP e João Henrique fecharem com Pelegrino, o PTN, partido do secretário municipal da Educação, João Carlos Bacelar, decidir apoiar ACM Neto, pré-candidato do DEM à Prefeitura. O PTN disputa eleições em vários municípios contra o PT, o que torna o relacionamento entre as legendas em Salvador muito difícil. “Isso não aceitamos. O PTN terá que vir junto com o prefeito”, disse um petista.
Fonte: Tribuna da Bahia
