Tetracampeão mundial, Popó se aposentou oficialmente do Boxe
Mesmo longe dos ringues desde 2007, quando foi derrotado por Juan Díaz, Acelino Popó mostrou estar em forma e apresentou boa mobilidade, se esquivando dos socos de Michael Oliveira e partindo para o ataque. Apoiado pela maior parte do público, no terceiro assalto o baiano conectou uma combinação de golpes que balançaram o adversário, caracterizando umknockdown e abrindo a contagem. Após ampla vantagem de Popó, Michael cresceu no sexto e sétimo assaltos, quando conseguiu ter alguns bons momentos.
Mas o tetracampeão mundial e atual deputado federal continuava vivo na luta e desferindo golpes duros. No nono assalto, Michael sentiu. Em uma sequncia de socos, o jovem paulista foi mais uma vez à knockdown, mas conseguiu continuar no combate. Pouco tempo depois, Popó aproveitou a superioridade e acertou mais golpes, levando o oponente à lona e vencendo por nocaute técnico.
Após a luta, quando questionado sobre o bom condicionamento e como aguentou nove rounds, Popó explicou que estava afastado dos ringues, não dos treinamentos. Apesar das provocações que cercaram o combate, o baiano foi até Michael e deu apoio ao jovem atleta, que foi derrotado pela primeira vez na carreira. “Falei para ele que já perdi um título mundial e recuperei. Ele vai crescer também”, declarou Popó.
Acelino Popó Freitas se aposenta do Boxe com 39 vitórias (33 nocautes) e apenas duas derrotas. Conquistou quatro títulos mundiais – dois pelo peso super pena e dois pelo peso leve.
Quem sabe, sabe e não desaprende. Último grande pugilista brasileiro e responsável pelas últimas alegrias tupiniquins no Boxe, Popó mostrou, mais uma vez – e pela última vez-, sua qualidade. Merecia uma despedida a altura, e teve Michael Oliveira, invicto e apontado como um possível substituto seu, como adversário. O baiano foi agressivo e acertou bons socos durante a luta. Quando atacado, também teve agilidade e reflexo para se esquivar. Com amplo domínio no duelo, um final com “chave de ouro”: um nocaute que levantou não só o público da arquibancada, mas, certamente, milhares de brasileiros do sofá por todo o país.
Quanto a Michael Oliveira, a comparação com Popó não é saudável. O jovem deve trilhar seu próprio caminho dentro do esporte, sem pressão para ser o substituto de “X” ou “Y”. Não será um “novo Popó”. Michael já mostrou que tem qualidade, não para ser o “garoto de ouro” do Boxe brasileiro. O fato de ser de família de classe média-alta e ter sido criado nos Estados Unidos também dificulta na identificação da massa com o atleta, impossibilitando o status de ídolo nacional. Que Michael conquiste seu espaço – sem comparações com Popó.
Fonte: Jornaleiros do Esporte