quarta-feira, 28 de agosto de 2013

PARIPIRANGA BAHIA


Topônimo

O nome primitivo da localidade onde se originou o município era "Malhada Vermelha" (proveniente da abundância de terrenos argilosos com a denominação local de "selão"), depois mudado para "Patrocínio do Coité", havendo ligação desse nome com a existência, na extrema oriental do município, de grande exemplar de uma árvore denominada "coité". Finalmente, por força do Decreto Estadual 7 341, de 30 de março de 1931, passou o município a denominar-se "Paripiranga", que, segundo alguns, vem do tupi e significa "terra vermelha"[carece de fontes], nome primitivo do lugar; segundo outra versão, significa "pari vermelho", pela junção dos vocábulos tupis pari (espécie de armadilha de pesca) e pyranga(vermelho) , donde viria também "Ipiranga"[carece de fontes], o antigo nome do Rio Vaza-Barris.


História


Com a instalação do Governo-Geral do Brasil na cidade do Salvador, para esse fim criada em 1549, os primeiros colonos portugueses foram se estabelecendo nas terras adjacentes da Baía de Todos-os-Santos, que, além de fértil, oferecia a segurança desejada aos constantes ataques dos índios tupinambás, senhores da gleba, os quais eram considerados de índole belicosa e feroz, vivendo em contínua hostilidade com os seus irmãos de outras tribos.

Já no primeiro século da colonização portuguesa do Brasil, o abastado fazendeiro e intrépido bandeirante Garcia Dias d'Ávila levou os seus currais muito além de Açu da Torre(Enseada do Tatuapara) e obteve enormes sesmarias que o tornaram o mais opulento proprietário territorial do Brasil. Profundamente divergiam os índios do interior baiano daqueles que assentavam os seus arraiais às ribas do oceano. De tipo mais baixo, tez mais acobreada, menos aptos talvez à civilização europeia, com língua considerada mais rude pelos colonizadores portugueses e pelos índios tupis do litoral, como a onomástica no-lo atesta, constituíam o que se tem convencionado chamar de tapuias.

Com a chegada dos portugueses, foi-lhes declarada guerra aberta, cuja intensidade diminuiu com a vinda dos padres da Companhia de Jesus, em missão de catequese, ministrando, aos gentios, a doutrina cristã, o que contribuiu de modo significativo para lhes domar a índole guerreira, chamando-os à grei cristã, possibilitando, destarte, a penetração luso-tupi no interior.

Há incerteza quanto à tribo que ocupava a região onde hoje está localizado o município de Paripiranga. Tupinambás não o eram, certamente, porquanto estes estavam localizados no baixo Irapiranga (Rio Vaza-Barris), em terras férteis e não tinham necessidade nem lhes servia estabelecerem-se no agreste. Na vasta região circunscrita pelos rios São Francisco, Jacurici e Itapicuru, algumas tribos mantinham seus aldeamentos. Sabemos que, na região de Jeremoabo, havia as tribos mungurus e ceriacás, quase sempre em pé de guerra, a ponto de o governador-geral dom João Lancastre, em 1697, ameaçar o chefe dos muncurus de mandar decapitá-las se a sua gente não sustasse os ataques reiterados contra os cariacás e, na região de Euclides da Cunha, contra a tribo dos caimbés.

Nada se pode adiantar de positivo quanto aos índios que habitavam as terras onde atualmente está situado o município de Paripiranga. É, no entanto, tradição corrente, que ali existiu uma tribo denominada "vermelhos", havendo quem admita pertencesse ela à família dos tapuias.

A primeira penetração portuguesa no território ocorreu no século XVII, quando colonos portugueses se fixaram no município, fazendo nascer a povoação de Malhada Vermelha, cujo nome foi, mais tarde, mudado para Patrocínio do Coité, hoje cidade de Paripiranga.

Nos seus primórdios, a povoação de Malhada Vermelha foi premiada pelo cidadão José Antônio de Menezes, que construiu uma capela sob a invocação de Nossa Senhora do Patrocínio, filiada à Freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão. A dita capela foi elevada à categoria de freguesia pela Lei Provincial 1 168, de 22 de maio de 1871, com o nome de Nossa Senhora do Patrocínio do Coité.

Foi o Arraial de Patrocínio de Coité elevado à categoria de vila pela Lei Provincial 2 553, de 1 de maio de 1886, que criou o município de Patrocínio de Coité, com território desmembrado do de Bom Conselho (atual Cicero Dantas), que se instalou a 1 de fevereiro de 1888. Pelo Decreto Estadual 7 341, de 30 de março de 1931, o município teve o seu nome mudado para Paripiranga.

Os decretos estaduais 7 455, de 23 de julho de 1931 e 7 479, de 8 de julho do mesmo ano, anexaram a Paripiranga o município de Cícero Dantas, sendo ai criada a subprefeitura do mesmo nome. O município de Cícero Dantas foi restabelecido pelo Decreto Estadual 8 447, de 27 de maio de 1933, ficando o município de Paripiranga constituído de dois distritos: Paripiranga e Adustina, cuja composição administrativa foi ratificada de acordo com a Lei 62-8, de 30 de dezembro de 1953. Recentemente, o distrito de Adustina ganhou autonomia administrativa e elevou-se à categoria de cidade.

Foi primeiro intendente o padre Vicente Valentino da Cunha e compunha a primeira câmara os seguintes vereadores: João Cardoso dos Santos (presidente), Alexandre José Ribeiro, Ludugero de Sousa Rocha, Joaquim Norberto de Santana, Diocleciano Mainart de Oliveira e João Antônio dos Anjos (Compilação da Inspetoria Regional de Estatística por José de Almeida Costa; Chefe da Agência Municipal de Estatística - Antunes Santa Rosa Carvalho).


Localização e Posição do Município em Relação ao Estado e Sua Capital


O município de Paripiranga localiza-se na Zona Fisiográfica do Nordeste, ficando totalmente incluído no Polígono das Secas. Limita com os municípios de Cícero Dantas, Jeremoabo, Simão Dias e Poço Verde, os dois últimos do estado de Sergipe. A sede municipal possui as seguintes coordenadas geográficas: 100 41' 02" de latitude Sul e 37° 51' 54" de longitude W. Gr. rumo da capital do estado em direção à sede municipal, da qual dista em linha reta 250 quilômetros, N.N.E.

Distância Rodoviária dos Principais Centros Urbanos

Capital Federal - 1974 km;
Capital do Estado - 366 km;
cidades vizinhas de Cícero Dantas - 66 quilômetros; Jeremoabo - 125 quilômetros; Simão Dias - nove quilômetros ; Poço Verde - 48 quilômetros e Aracaju - 110 quilômetros.

Altitude

A altitude da sede municipal é de 430 metros.

Área

A área do município é de 289 km².


Clima, Vegetação e Riquezas Naturais


O clima do município é quente e seco no verão e frio e seco no inverno. A temperatura da sede municipal apresentou, em 1956, as seguintes graduações: máxima - trinta graus centígrados, mínima - dezoito graus centígrados, média - 24°C.

O município apresenta a topografia acidentada com algumas elevações; é banhado pelo rio Vaza-barris e por outros cursos de água de menor significação.

O revestimento florístico do município é rico, revelando a existência de madeiras de lei, destacando-se pau d'arco, jacarandá, pau-ferro e notando-se também as seguintes plantas medicinais: gengibre, jurubeba, purga de batata, catuaba, quina, capeba, mastruço, malva, erva de Santa Luzia, quebra-pedra, ipecacuanha, fedegoso, cássia, angico, barbatimão e outras.

A fauna é peculiar à maioria dos municípios do Nordeste Brasileiro. De origem mineral, existem jazidas exploradas de pedra para construção, manganês e pedra calcária e não exploradas de cristal de rocha.

Cultos Religiosos


O município é sede da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, subordinada à diocese de Paulo Afonso. Há algumas igrejas protestantes e comunidades de culto espírita e afro-brasileiro, mas de menor expressão.

As principais celebrações religiosas são: Natal - com a tradicional "Missa do Galo". São João - Queimam-se fogos de artifícios e à porta dos lares são queimadas fogueiras e são servidos aos visitantes canjica de milho verde, milho assado, licores, principalmente o de jenipapo, doces, etc. São Pedro - assemelha-se à de São João, havendo, no entanto, uma grande festa de cunho secular, realizada três dias seguidos, ao final do mês de junho à início de julho. Tendo bandas conhecidas nacionalmente como atração para os moradores e visitantes do município. Festa da Padroeira, Nossa Senhora do Patrocínio - realizada em novembro, consta de missa festiva e procissão que, à tarde, percorre as ruas da cidade e recolhe-se à Igreja Matriz, onde os fiéis recebem a bênção do Santíssimo Sacramento.

Justiça


Pela Lei Provincial 2 553, que o criou, o município ficou como termo da comarca de Jeremoabo, desta passando para termo da de Bom Conselho, pelo Ato Estadual de 16 de maio de 1890.

O Decreto Estadual 1 351, de 8 de janeiro de 1914, transferiu provisoriamente para o termo de Patrocínio do Coité a sede da comarca de Bom Conselho, que retomou ao seu lugar primitivo pela Lei Estadual 1 119, de 21 de agosto de 1915, passando Patrocínio do Coité, em virtude dessa mesma lei, a termo da Comarca de Jeremoabo.

Pelo Decreto Estadual 6 145, de 8 de abril de 1929, Patrocínio do Coité passou a ser sede provisória da Comarca de Jeremoabo, que retomou ao lugar primitivo pelo Decreto Estadual 6 527, de 11 de outubro do mesmo ano.

A Lei Estadual 2 225, de 14 de setembro de 1929, transferiu para a comarca de Bom Conselho o termo de Patrocínio do Coité. Já com a denominação de Paripiranga, o termo foi transferido desta última para a comarca de Jeremoabo, pelo Decreto Estadual 7 481, de 8 de julho de 1931. Desmembrada desta, foi a comarca de Paripiranga criada pelo Decreto-lei Estadual 141, de 31 de dezembro de 1943.

Outros aspectos do município

Aos naturais do município aplica-se o pátrio paripiranguenses.



Fonte: Wikipédia