sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A injustiça é cega





Uma das coisas que mais ferem minha alma são as injustiças. Não sei explicar, sempre foi assim, desde criança. Certa vez sumiu um montante de dinheiro da bolsa de minha mãe e, nem me lembro por que, ela cismou que eu tinha pego. Eu chorava, dizia que não tinha sido eu, mas ela insistia. No final lembrou que tinha posto embaixo do telefone. Eu devia ter uns 7 ou 8 anos, mas a agonia da injustiça daquele evento me marcou tanto que me recordo até hoje. Outra vez, ainda nessa época, houve uma festa de aniversário na minha casa e duas coleguinhas da escola ficaram por último. Resolvemos brincar de “gato mia”, em que as pessoas se trancam num quarto escuro e alguém tem que entrar e achar quem está escondido. Coisa inocente e boba, sem nenhuma maldade. Meu avô chegou e começou a gritar conosco, arrastou a mim, a meu irmão e as duas meninas para a sala e nos sentou em sofás separados. Nos olhávamos os quatro com cara de “o que está acontecendo?”. Naquela época, nunca poderíamos desconfiar que aos olhos de meu avô adulto estávamos engajados em alguma atividade sexual dentro do quarto. Era uma criança. Nem sabia o que era aquilo. No dia seguinte, minha mãe veio falar sobre a história, perguntando se tínhamos feito alguma coisa e explicou o quê. Foi quando entendi, dentro do que eu compreendia. Desabei no choro, me sentindo acusado de algo que não tinha feito. Lembro até hoje. Pois injustiças marcam.

Jesus foi injustiçado. Acusado falsamente. Cordeiro sem mancha indo para o abatedouro. Não é à toa que transpirou gotas de sangue: injustiça rasga nossa pele. Rasga nossa alma. Se o Verbo encarnado passou por isso, quanto mais nós, meros mortais. Seremos alvos de falsas acusações. Seremos acusados do que não fizemos nem pensamos. Desconfiarão de nós. Você dará pães e peixes e receberá de volta açoites. Prepare-se, um dia isso vai acontecer com você. E não será no mundão não: será dentro da igreja. De supostos irmãos. De gente que se chama pelo nome do Senhor. E você ficará ainda mais ferido por causa disso. Quem acusou Jesus foi um de seus apóstolos: Judas. Com um beijo. O traidor acusou Jesus de trair o status quo e, assim, o inocente virou réu de cruz. Imagino o que se passou no peito do Inocente na hora em que recebeu aquele beijo. Meu Deus… deve ter doído. Principalmente porque a injustiça veio da parte de alguém que Jesus chamava “amigo”:

“Dirigindo-se imediatamente a Jesus, Judas disse: ‘Salve, Mestre!’, e o beijou. Jesus perguntou: ‘Amigo, o que o traz?’ Então os homens se aproximaram, agarraram Jesus e o prenderam” (Mt 26.49,50).

Muitas vezes, assim como Jesus, somos aprisionados em injustiças. E, como Jesus, não nos darão chance de defesa. Nossa probidade será açoitada, nossa honra será cuspida, porão uma coroa de espinhos em nossa verdade e pregarão nossas boas intenções numa cruz de vergonha e dor. Não se engane: vai doer. Você vai sofrer por isso. E Deus não afastará de você esse cálice.

“Eis o homem!”, dirão. E você só poderá se calar, carregando nas costas o peso da sua inocência perante as acusações falsas, a desconfiança, o desamor.


Sofrer injustiça tem seus efeitos. Você sentirá sede de justiça e muitas vezes o que receberá será algo amargo como vinagre para saciar essa sede. Precisará de uma palavra de conforto e os que estão ao teu redor te porão ainda mais para baixo. Implorará a Deus por socorro e se sentirá abandonado. É o que João da Cruz chamou de “a noite escura da alma”. E como você estará cravado nessa cruz de desconfiança, não terá o que fazer. Vão lhe insultar a honra, balançando a cabeça, e você estará sem ar nos pulmões para se defender.

Mas aí você pergunta: “Zágari, e o que fazer então diante de um cenário tão pessimista? Não há justiça para a vítima de injustiça?” A solução, querido, querida, está em fazer o que Jesus fez: primeiro, mantenha-se íntegro como você sempre foi. Mantenha-se cristão. Ou seja: siga o exemplo do Cristo. Primeiro, perdoe quem te pôs no banco dos réus.“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo”, deve ser sua primeira atitude. O verdadeiro cristão não é o que revida, aprendi isso com um bom homem de Deus. Sofra calado. E perdoe os que te injustiçam e te acusam de intenções inexistentes. Fale apenas com o Pai, chore em oculto. E, em seguida, continue fazendo como Jesus fez:“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Ou seja: entregue a situação nas mãos de Deus.





Quando te acusarem injustamente, desconfiarem de tua honra, puserem tua hombridade em xeque, perdoe quem te injustiçou, sofra calado e entregue a situação. E se você achar que isso é pouco, que deveria berrar e espernear para provar que é inocente, saiba que Deus é Justo. Logo, a injustiça dos homens jamais poderá se equiparar à Justiça de Deus. Se você tentar se defender, Deus permitirá que o faça, mas não interferirá. Mas se você der um passo para trás e deixar o Senhor Bom e Justo tomar conta da situação, chegará o momento em que haverá um grande terremoto, a pedra que oculta a verdade rolará e a verdade virá à luz.

Se neste momento você está sendo alvo de injustiça, meu irmão, minha irmã, saiba que a sua dor e a sua angústia podem durar uma noite ou mesmo três dias. Mas se você depositar a situação aos pés de Jeová Tsidkenu, o ‘Senhor Justiça Nossa”, Ele não deixará que tua carne permaneça na corrupção. E você sairá da sua tumba de vergonha e dor com as roupas resplandecentes, a alma limpa e a honra alva, mais que a neve.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.


Fonte: APENAS 1

Brasil: Menina morre ao ter orgasmo ininterrupto de 12 minutos com uma amiga






Um caso raro resultou na morte da estudante Bianca Bezerra Borges, 21 anos, de Belém (PA), que entrou em transe, ao ter um orgasmo prolongado por 12 minutos, e acabou indo a óbito. A jovem estava tendo uma relação com uma amiga de faculdade. O hospital que recebeu Bianca confirmou que o orgasmo ininterrupto de 12 minutos foi a causa da morte. 

“Ela segurou forte o colchão com as unhas enfincadas, abriu a boca em forma de “Ó”, e as pupilas dos olhos ficaram girando, dando voltas, como se estivessem soltas dentro dos olhos dela”, contou a amiga que estava presente durante a tragédia. 

A amiga contou também que, começou a desconfiar quando, aos 10 minutos, Bianca continuava na mesma posição, olhos revirando, e com a boca aberta gritando alto. “Aos doze minutos ela apagou, e eu corri atrás de uma ambulância”, disse a amiga.

A pedido da família, a polícia vai investigar o caso. O delegado disse, em conversa com a reportagem de G17, que a amiga da vítima poderá responder por homicídio sem intenção de matar, se ficar comprovado, através de laudos, que ela foi a responsável pela morte da amiga. (G17).


Quinta, 29 Agosto 2013 13:37

Fonte: Notícia livre

Foto de cão crucificado causa polêmica nas redes sociais






A foto foi postada no Twitter e no Facebook. De acordo com informações, Aaron Pino queria chamar atenção para conseguir patrocínio para suas atividades de skateboarding.

Na imagem o jovem aparece fazendo um sinal com a sua mão esquerda, enquanto segura, com a outra mão, uma cachorra pregada a uma cruz de madeira. O caso mobilizou a população, que resolveu fazer uma petição ao Governo Municipal de Tijuana pedindo que um processo criminal fosse aberto contra ele. O documento já reúne mais de 20 mil assinaturas.


Fonte: Blog Bahia Acontece

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Durval Lelys Asa de Águia Crack só de esporte





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Durval Lelys Asa de Águia Crack só de esporte

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POPÓ - PALESTRA NO PROJETO CANARINHO


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Crack só de esporte - Popó dá palestra no Projeto canarinho



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Durval Lelys, Popó e Adelmario Coelho Na luta contra o crack



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Durval Lelys, Popó e Adelmario Coelho Na luta contra o crack




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Fonte: Youtube

PARIPIRANGA BAHIA


Topônimo

O nome primitivo da localidade onde se originou o município era "Malhada Vermelha" (proveniente da abundância de terrenos argilosos com a denominação local de "selão"), depois mudado para "Patrocínio do Coité", havendo ligação desse nome com a existência, na extrema oriental do município, de grande exemplar de uma árvore denominada "coité". Finalmente, por força do Decreto Estadual 7 341, de 30 de março de 1931, passou o município a denominar-se "Paripiranga", que, segundo alguns, vem do tupi e significa "terra vermelha"[carece de fontes], nome primitivo do lugar; segundo outra versão, significa "pari vermelho", pela junção dos vocábulos tupis pari (espécie de armadilha de pesca) e pyranga(vermelho) , donde viria também "Ipiranga"[carece de fontes], o antigo nome do Rio Vaza-Barris.


História


Com a instalação do Governo-Geral do Brasil na cidade do Salvador, para esse fim criada em 1549, os primeiros colonos portugueses foram se estabelecendo nas terras adjacentes da Baía de Todos-os-Santos, que, além de fértil, oferecia a segurança desejada aos constantes ataques dos índios tupinambás, senhores da gleba, os quais eram considerados de índole belicosa e feroz, vivendo em contínua hostilidade com os seus irmãos de outras tribos.

Já no primeiro século da colonização portuguesa do Brasil, o abastado fazendeiro e intrépido bandeirante Garcia Dias d'Ávila levou os seus currais muito além de Açu da Torre(Enseada do Tatuapara) e obteve enormes sesmarias que o tornaram o mais opulento proprietário territorial do Brasil. Profundamente divergiam os índios do interior baiano daqueles que assentavam os seus arraiais às ribas do oceano. De tipo mais baixo, tez mais acobreada, menos aptos talvez à civilização europeia, com língua considerada mais rude pelos colonizadores portugueses e pelos índios tupis do litoral, como a onomástica no-lo atesta, constituíam o que se tem convencionado chamar de tapuias.

Com a chegada dos portugueses, foi-lhes declarada guerra aberta, cuja intensidade diminuiu com a vinda dos padres da Companhia de Jesus, em missão de catequese, ministrando, aos gentios, a doutrina cristã, o que contribuiu de modo significativo para lhes domar a índole guerreira, chamando-os à grei cristã, possibilitando, destarte, a penetração luso-tupi no interior.

Há incerteza quanto à tribo que ocupava a região onde hoje está localizado o município de Paripiranga. Tupinambás não o eram, certamente, porquanto estes estavam localizados no baixo Irapiranga (Rio Vaza-Barris), em terras férteis e não tinham necessidade nem lhes servia estabelecerem-se no agreste. Na vasta região circunscrita pelos rios São Francisco, Jacurici e Itapicuru, algumas tribos mantinham seus aldeamentos. Sabemos que, na região de Jeremoabo, havia as tribos mungurus e ceriacás, quase sempre em pé de guerra, a ponto de o governador-geral dom João Lancastre, em 1697, ameaçar o chefe dos muncurus de mandar decapitá-las se a sua gente não sustasse os ataques reiterados contra os cariacás e, na região de Euclides da Cunha, contra a tribo dos caimbés.

Nada se pode adiantar de positivo quanto aos índios que habitavam as terras onde atualmente está situado o município de Paripiranga. É, no entanto, tradição corrente, que ali existiu uma tribo denominada "vermelhos", havendo quem admita pertencesse ela à família dos tapuias.

A primeira penetração portuguesa no território ocorreu no século XVII, quando colonos portugueses se fixaram no município, fazendo nascer a povoação de Malhada Vermelha, cujo nome foi, mais tarde, mudado para Patrocínio do Coité, hoje cidade de Paripiranga.

Nos seus primórdios, a povoação de Malhada Vermelha foi premiada pelo cidadão José Antônio de Menezes, que construiu uma capela sob a invocação de Nossa Senhora do Patrocínio, filiada à Freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão. A dita capela foi elevada à categoria de freguesia pela Lei Provincial 1 168, de 22 de maio de 1871, com o nome de Nossa Senhora do Patrocínio do Coité.

Foi o Arraial de Patrocínio de Coité elevado à categoria de vila pela Lei Provincial 2 553, de 1 de maio de 1886, que criou o município de Patrocínio de Coité, com território desmembrado do de Bom Conselho (atual Cicero Dantas), que se instalou a 1 de fevereiro de 1888. Pelo Decreto Estadual 7 341, de 30 de março de 1931, o município teve o seu nome mudado para Paripiranga.

Os decretos estaduais 7 455, de 23 de julho de 1931 e 7 479, de 8 de julho do mesmo ano, anexaram a Paripiranga o município de Cícero Dantas, sendo ai criada a subprefeitura do mesmo nome. O município de Cícero Dantas foi restabelecido pelo Decreto Estadual 8 447, de 27 de maio de 1933, ficando o município de Paripiranga constituído de dois distritos: Paripiranga e Adustina, cuja composição administrativa foi ratificada de acordo com a Lei 62-8, de 30 de dezembro de 1953. Recentemente, o distrito de Adustina ganhou autonomia administrativa e elevou-se à categoria de cidade.

Foi primeiro intendente o padre Vicente Valentino da Cunha e compunha a primeira câmara os seguintes vereadores: João Cardoso dos Santos (presidente), Alexandre José Ribeiro, Ludugero de Sousa Rocha, Joaquim Norberto de Santana, Diocleciano Mainart de Oliveira e João Antônio dos Anjos (Compilação da Inspetoria Regional de Estatística por José de Almeida Costa; Chefe da Agência Municipal de Estatística - Antunes Santa Rosa Carvalho).


Localização e Posição do Município em Relação ao Estado e Sua Capital


O município de Paripiranga localiza-se na Zona Fisiográfica do Nordeste, ficando totalmente incluído no Polígono das Secas. Limita com os municípios de Cícero Dantas, Jeremoabo, Simão Dias e Poço Verde, os dois últimos do estado de Sergipe. A sede municipal possui as seguintes coordenadas geográficas: 100 41' 02" de latitude Sul e 37° 51' 54" de longitude W. Gr. rumo da capital do estado em direção à sede municipal, da qual dista em linha reta 250 quilômetros, N.N.E.

Distância Rodoviária dos Principais Centros Urbanos

Capital Federal - 1974 km;
Capital do Estado - 366 km;
cidades vizinhas de Cícero Dantas - 66 quilômetros; Jeremoabo - 125 quilômetros; Simão Dias - nove quilômetros ; Poço Verde - 48 quilômetros e Aracaju - 110 quilômetros.

Altitude

A altitude da sede municipal é de 430 metros.

Área

A área do município é de 289 km².


Clima, Vegetação e Riquezas Naturais


O clima do município é quente e seco no verão e frio e seco no inverno. A temperatura da sede municipal apresentou, em 1956, as seguintes graduações: máxima - trinta graus centígrados, mínima - dezoito graus centígrados, média - 24°C.

O município apresenta a topografia acidentada com algumas elevações; é banhado pelo rio Vaza-barris e por outros cursos de água de menor significação.

O revestimento florístico do município é rico, revelando a existência de madeiras de lei, destacando-se pau d'arco, jacarandá, pau-ferro e notando-se também as seguintes plantas medicinais: gengibre, jurubeba, purga de batata, catuaba, quina, capeba, mastruço, malva, erva de Santa Luzia, quebra-pedra, ipecacuanha, fedegoso, cássia, angico, barbatimão e outras.

A fauna é peculiar à maioria dos municípios do Nordeste Brasileiro. De origem mineral, existem jazidas exploradas de pedra para construção, manganês e pedra calcária e não exploradas de cristal de rocha.

Cultos Religiosos


O município é sede da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, subordinada à diocese de Paulo Afonso. Há algumas igrejas protestantes e comunidades de culto espírita e afro-brasileiro, mas de menor expressão.

As principais celebrações religiosas são: Natal - com a tradicional "Missa do Galo". São João - Queimam-se fogos de artifícios e à porta dos lares são queimadas fogueiras e são servidos aos visitantes canjica de milho verde, milho assado, licores, principalmente o de jenipapo, doces, etc. São Pedro - assemelha-se à de São João, havendo, no entanto, uma grande festa de cunho secular, realizada três dias seguidos, ao final do mês de junho à início de julho. Tendo bandas conhecidas nacionalmente como atração para os moradores e visitantes do município. Festa da Padroeira, Nossa Senhora do Patrocínio - realizada em novembro, consta de missa festiva e procissão que, à tarde, percorre as ruas da cidade e recolhe-se à Igreja Matriz, onde os fiéis recebem a bênção do Santíssimo Sacramento.

Justiça


Pela Lei Provincial 2 553, que o criou, o município ficou como termo da comarca de Jeremoabo, desta passando para termo da de Bom Conselho, pelo Ato Estadual de 16 de maio de 1890.

O Decreto Estadual 1 351, de 8 de janeiro de 1914, transferiu provisoriamente para o termo de Patrocínio do Coité a sede da comarca de Bom Conselho, que retomou ao seu lugar primitivo pela Lei Estadual 1 119, de 21 de agosto de 1915, passando Patrocínio do Coité, em virtude dessa mesma lei, a termo da Comarca de Jeremoabo.

Pelo Decreto Estadual 6 145, de 8 de abril de 1929, Patrocínio do Coité passou a ser sede provisória da Comarca de Jeremoabo, que retomou ao lugar primitivo pelo Decreto Estadual 6 527, de 11 de outubro do mesmo ano.

A Lei Estadual 2 225, de 14 de setembro de 1929, transferiu para a comarca de Bom Conselho o termo de Patrocínio do Coité. Já com a denominação de Paripiranga, o termo foi transferido desta última para a comarca de Jeremoabo, pelo Decreto Estadual 7 481, de 8 de julho de 1931. Desmembrada desta, foi a comarca de Paripiranga criada pelo Decreto-lei Estadual 141, de 31 de dezembro de 1943.

Outros aspectos do município

Aos naturais do município aplica-se o pátrio paripiranguenses.



Fonte: Wikipédia

Projeto de lei quer proibir transmissão de lutas de MMA

Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados proíbe as emissoras de televisão de transmitirem lutas marciais não olímpicas. Caso aprovado, campeonatos de artes marciais mistas (MMA) não poderão ser veiculados no país. A norma inclui o Ultimate Fighting Championship (UFC), principal torneio mundial de MMA, com 1 bilhão de espectadores em todo o mundo, segundo a Comissão Atlética Brasileira de MMA.

O Projeto de Lei (PL) 55.344/09 foi debatido hoje (27) no seminário O MMA e a Televisão: Entretenimento, Formação da Cidadania ou Banalização da Violência? na Câmara dos Deputados. O PL aguarda parecer da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados e ainda tem que passar pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Casa.

O projeto prevê uma multa de R$ 150 mil à emissora que descumprir a lei. Caso reincida, a multa dobra de valor e, caso haja nova reincidência, a emissora perde o direito à concessão pública, ou seja, perde o canal de TV. O PL exclui, no entanto, as lutas marciais não olímpicas não violentas. A capoeira, por exemplo, poderia ser transmitida. Estariam sujeitos à lei os canais da TV aberta e da TV paga.

"É importante tirar essa luta da TV, porque a única lição que ela propagandeia é a violência. São golpes violentos, joelhadas, golpes violentos no rosto e onde o sangue é o suor, como dizem aqueles que gostam do MMA", diz o deputado José Mentor (PT-SP). "Pesquisas feitas no exterior mostram que a TV influencia a juventude. Antes [do MMA] você via briga de escola, mas não via joelhada no estômago como há hoje".

O deputado nega que o projeto seja censura e compara a veiculação de lutas violentas a veiculação de propagandas de cigarro - proibidas em revistas, jornais, outdoors, televisão e rádios desde o ano 2000.

O presidente da Confederação Brasileira de Artes Marciais Mistas (CBMMA), Elísio Cardoso Macambira, defende a prática como esporte. Segundo ele, 1 milhão de pessoas praticam o MMA no Brasil. "O praticante é um superatleta. Tem um treinamento muito rígido, de 12 horas por dia, adquire músculos. Quando entra para lutar, ele tem condições de aguentar os golpes do adversário", diz. Macambira acrescenta que os campeonatos profissionais seguem uma série de normas de segurança para os praticantes e também para quem assiste às lutas. O próprio MMA não é, segundo ele, uma prática sem regras. No ringue, há restrições que protegem os competidores, como a proibição de golpes na nuca e nas genitálias.

No Brasil, o UFC é transmitido ao vivo no canal de TV a cabo, Canal Combate, e, pela Globo, de madrugada. Segundo matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, o acordo de transmissão das lutas de UFC firmado pela Globo e pelo Canal Combate pode render de R$ 771 milhões a R$ 1 bilhão. O contrato se estende até 2022 e afasta a possibilidade de outra emissora ter, em um futuro próximo, os direitos de transmissão. Na reportagem, a Globo não se manifestou.

O deputado Magno Malta (PR - ES) disse que outros esportes transmitidos ao vivo são tão violentos quanto as lutas de MMA. "Nós assistimos a morte de Ayrton Senna na Fórmula 1 ao vivo". Segundo ele, seria necessário proibir também outras transmissões para que se justificasse a proibição do MMA.

A declaração foi apoiada pelo deputado federal Acelino Freitas (PRB - BA), o Popó. O ex lutador de boxe defendeu as transmissões e o esporte como forma de inclusão social. "Proibir a transmissão é proibir o esporte. O patrocinador só tem interesse se houver divulgação e, sem dinheiro, o esporte acaba", diz. "Temos muitos nomes do MMA que mudaram, com a prática, a própria vida e a vida de muitas pessoas". 

O MMA é um esporte que mistura técnicas de várias artes marciais. A modalidade começou no Brasil, quando os irmãos Hélio e Carlos Gracie, um dos fundadores do jiu-jitsu brasileiro, desafiava competidores de várias modalidades para lutas sem regras. Um dos filhos de Hélio, Rórion, organizou a primeira edição do UFC em 1993. Anos mais tarde, o UFC foi vendido para seus atuais proprietários, os norte-americanos Lorenzo e Frank Fertitta e Dana White.

Pela classificação indicativa, definida pelo Ministério da Justiça, o MMA é considerado inapropriado a menores de 18 anos - a máxima classificação -, podendo ser veiculado das 23h às 6h na TV aberta.


Fonte: Jornal do Brasil


terça-feira, 27 de agosto de 2013

OS FORTES DE SALVADOR - PATRIMÔNIO HISTÓRICO


Forte de São Pedro







Antecedentes

A primitiva fortificação do local remonta ao entrincheiramento de São Pedro, diante das Portas de São Bento (Portas de Vila Velha), em local escolhido pelos holandeses, quando da invasão de 1624, para uma fortificação. Tinha a função de defesa do acesso terrestre sudoeste àquela capital, devendo-se o seu nome à Igreja de São Pedro, que se erguia nas suas vizinhanças, e que por esse motivo foi demolida.

O primitivo forte

As obras de um forte no local foram iniciadas a partir de 1627, no Governo-geral de Diogo Luís de Oliveira (1626-1635), empregando faxina e terra, quando foi artilhado com trinta e cinco peças de diversos calibres (BARRETTO, 1958:178).

A partir de 1646, no Governo-geral de Antônio Teles da Silva(1642-1647), o forte foi reconstruído em alvenaria de pedra e cal, com planta no formato de um polígono quadrangular, com baluartes pentagonais nos vértices em estilo Vauban. Em 1661, diante da ruína da portada de acesso, em madeira, foi ordenada a sua substituição por outra nova, em alvenaria de pedra e cal.

O século XVIII

No governo do Vice-rei D. Pedro Antônio de Noronha Albuquerque e Souza (1714-1718), dentro do plano de fortificação de Salvador elaborado pelo Engenheiro francês Brigadeiro Jean Masséem 1714, foram-lhe acrescentadas muralhas, fosso e obras exteriores de defesa. A cisterna,Quartel de Comando e outras obras internas foram reconstruídos a partir de 1717, sendo o forte inaugurado em 1723, no governo do Vice-rei e Capitão General de Mar e Terra do Estado do Brasil, D. Vasco Fernandes César de Meneses (1720-1735) (SOUZA, 1983:170), conforme inscrição epigráfica, em latim, sobre o portão:

“REGIOPTOMOMAXMOIOANNUADAE ERNTATEM / LUSITANINOMINISNATO / VASCUS FRES CAESAR MESES SUPREMUS / REGN SIENTE, ORIENTALIS, ET DEN / BRASILIENSIS PRORER INCERTUM / BELLOAN PACEMAIOR ASIA ANAMERICA / FELLIOR H’ANC ARCEM VICTIRCIANIMO / REDIDI TUALIDISSIMAM / ANNO DOMINI MDCCXXIII” (FALCÃO, 1940:44-47)

Uma nova portada de acesso foi erguida em arco abatido, superposta por uma espécie de tribuna. Dispostos ao redor do terrapleno, ao abrigo das muralhas, encontram-se os edifícios de um pavimento e, no centro, a cisterna. Os vértices dos baluartes apresentam guaritas em forma de torreões encimados por cúpulas. BARRETTO (1958) informa que, à época, estava guarnecido por um Capitão e três soldados artilheiros, sendo a sua artilhariaaumentada para quarenta e três peças, cinco de bronze (duas de calibre 10 libras, duas de 8, e uma de 3), trinta e sete de ferro(dezesseis de calibre 24, quatro de 12, quinze de 8, uma de 6 e uma de 2), e um morteiro de bronze de 1/2. Cooperava com o Forte de São Paulo, com o qual se comunicava por meio de uma cortina (op. cit., p. 178-179).

Segundo o delator da Conjuração baiana (1798-1799), era no Forte de São Pedro que se reuniam os conspiradores, liderados pelos soldadosLucas Dantas do Amorim Torres e Luís Gonzaga das Virgens, e pelos alfaiates João de Deus Nascimentoe Manuel Faustino dos Santos Lira(MARQUES, 1897:42).


O século XIX

De acordo com SOUZA (1885), em 1809 a sua artilharia estava reduzida a treze peças (op. cit., p. 97). Acreditamos que o autor tenha se baseado no Parecer sobre a fortificação da Capital, do Brigadeiro José Gonçalves Leão, presidente da Junta encarregada pelo Governador da Bahia, em 1809, de propor as obras necessárias para a defesa da península e do recôncavo (ACCIOLI. Memórias Históricas da Bahia. Vol. VI. p. 179 e segs.).

No contexto do levante militar de 1821 na Bahia, foi o último foco de resistência rebelde a cair, com a detenção do então Brigadeiro Manoel Pedro de Freitas Guimarães e de outros oficiais brasileiros (21 de Fevereiro de 1822), ante as forças portuguesas que passam a dominar Salvador, sob o comando do Coronel Inácio Luís Madeira de Melo (1775-1833). Este episódio antecedeu a Guerra da Independência (1822-1823).

O forte sofreu reparos em 1827, passando a abrigar um curso de artilharia e aulas de matemática para a guarnição de Salvador (1829) (SOUZA, 1983:170).

Nele se revoltou a sua guarnição, o 3º Corpo da Artilharia de Posição, aderindo à Sabinada (1837-1838), vindo a ser utilizado pelos revoltosos como quartel-general, que aí resistiram até à capitulação dos seus 597 defensores sob o comando do Tenente-coronel Sérgio Veloso (15 de Março de 1838).

As suas dependências foram visitadas em 1859 pelo Imperador D. Pedro II (1840-1889), que registrou em seu diário de viagem:

(…) Daí [do Passeio Público] fui ao forte de São Pedro ver a partida do 2º de fuzileiros. Os alojamentos de baixo são úmidos. A comida é boa, a escrituração parece bem feita, mas o calçado, ainda que melhor em geral do que o que vi na arrecadação do Corpo Fixo, não é bom, e o pano das calças impróprio, sendo os capotes de fazenda muito pouco densa. Os esgotos, quando venta sul, deitam muito mau cheiro perto dos respiradouros. Uma ala do quartel está em obras há muito tempo, e a cozinha um pouco longe dos alojamentos e devendo a comida vir ‘sub jove’ [ao relento]. Querem alojar aí a Guarda Nacional, mas não ficaria bem senão nos alojamentos do andar superior. A ponte do forte está toda arruinada. Um só cabide para as armas num alojamento, contendo cada um destes duas companhias; também há falta de cabides para as armas nos outros quartéis que eu vi.(PEDRO II, 2003:83)

O Imperador registrou ainda que à época, a faixa de terreno correspondente ao fosso do forte era requerida pelo Diretor do Passeio Público, para ampliação da área plantada daquele jardim (op. cit., p. 154).

No contexto da Questão Christie (1862-1665), o Relatório do Estado das Fortalezas da Bahia ao Presidente da Província (3 de Agosto de1863), deu-o como inútil para a sua finalidade defensiva, utilizado como quartel militar, citando:

É (…) de forma retangular, abaluartada, com 43 canhoneiras e um desenvolvimento de 2.518 palmos. De todas as construções que a completam, só as muralhas e plataformas conservam-se em bom estado, precisando tudo o mais de reparações no caso que haja de readquirir seu primitivo e próprio destino, o que aliás é hoje contrário à sua situação e à proximidade das construções urbanas.

Por semelhantes motivos julgo que foi destituída de seu caráter de praça de guerra e destinada a outros usos, servindo atualmente de aquartelamento do 8º Batalhão de Infantaria e Diretoria de Obras Militares. (ROHAN, 1896:51, 62)

GARRIDO (1940) informa que sofreu reparos em 1877, em 1881 e em 1883 (op. cit., p. 88). Foi nele que se anunciou, em Salvador, aProclamação da República, em 1889.

O século XX

Uma grande reforma foi procedida em 1905, aterrando-se-lhe os fossos (GARRIDO, 1940:88), após o que o forte foi desarmado. No início de1912 recebeu canhões Krupp de 75 mm. Tomou parte no bombardeio da cidade, juntamente com o Forte do Barbalho e com o Forte de São Marcelo (10 de Janeiro de 1912), no contexto da Política das Salvações do Presidente da República, Hermes da Fonseca (1910-1914). Na ocasião foram alvejados o Palácio do Governo, a Prefeitura Municipal, o Teatro de São João(GARRIDO, 1940:92) e a Biblioteca Pública de Salvador, tendo esta última se incendiado em decorrência, com a perda de importantes documentos históricos do Arquivo Público da Bahia.

O forte passou para a jurisdição do Governo do Estado em 1939(GARRIDO, 1940:89). BARRETTO (1958:179) reporta que, à época (1958), as dependências do forte abrigavam uma CR, o estabelecimento de Subsistência, o de Fundos e a Auditoria, da 6ª Região Militar.

Encontra-se tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1957, quando abrigava a 6ª DSup (estabelecimento regional de Subsistência) do Exército.

Restaurado na década de 1980, foi aberto ao público, dentro do Projeto de revitalização das Fortalezas Históricas de Salvador, da Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com o Exército brasileiro. Para os aficionados da telecartofilia, o vértice de um baluarte com respectiva guarita, ilustra um cartão telefônico da série Fortes de Salvador, emitida pela Telebahia em Junho de 1998.

Atualmente, visando recuperar e reformar a estrutura física do imóvel, o Governo do Estado da Bahia, através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), acompanhou a elaboração de projeto de restauro, a cargo da arquiteta Etelvina Rebouças, financiado pelo Programa de Desenvolvimento do Turismo(PRODETUR I), com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Aguardava-se, entre fins de2004 e início de 2005, a aprovação final pelo IPHAN definindo os critérios para que as mesmas pudessem ser licitadas. A Companhia de Desenvolvimento Urbano (Conder), que acompanhou o processo desde o início, deverá ser o órgão executor da reforma, já estando inclusive providenciando pequenos reparos no imóvel, enquanto não se iniciam as obras. Outros recursos para a intervenção devem ser captados, prevendo-se a possibilidade de terem como origem a segunda etapa do Prodetur II.

Fonte: wikipedia.com



Forte de Santa Maria





O Forte de Santa Maria localiza-se ao largo da praia do Porto da Barra, no bairro da Barra, primitivo porto da cidade de Salvador, no litoral do Estado da Bahia, no Brasil.
Os séculos XVII e XVIII

Erguido a partir de 1614 com risco do engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita (1603-1634). Constituiu um comando unificado, entre1624 e 1694, juntamente com o Forte de Santo Antônio da Barra e o Forte de São Diogo, com os quais cruzava fogos na defesa da barra do porto da Vila Velha, local de desembarque do primeiro donatário da Capitania (Francisco Pereira Coutinho, 1536), do primeiro governador-geral (Tomé de Sousa, 1549) e da primeira das Invasões holandesas do Brasil (Johan van Dorth, 1624). À época desta última, era comandante das três praças Paulo Coelho de Vasconcelos (SOUZA, 1983:170).

Após a reconquista portuguesa de Salvador, essa primitiva estrutura do forte foi reformada entre 1625 e 1627. Esse triângulo defensivo, rechaçou, nos meses de abril e maio de 1638, o assalto das forças neerlandesas sob o comando do Conde Maurício de Nassau (1604-1679).

A atual estrutura, em alvenaria de pedra e cal, remonta a 1696, por iniciativa do Governador Geral João de Lencastre (1694-1702), com desenho atribuído ao Engenheiro José Pais Esteves, de influência arquitetônica italiana (SOUZA, 1983:170-171). De acordo com iconografia de José Antônio Caldas (Planta, e fachada do forte de Santa Maria. in: Cartas topográficas contem as plantas e prospectos das fortalezas que defendem a cidade da Bahia de Todos os Santos e seu reconcavo por mar e terra, c. 1764. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), apresenta planta na forma de umpolígono heptagonal, com quatro ângulos salientes e três reentrantes e parapeitos à barbeta. Sobre o terrapleno ergue-se edificação de dois pavimentos abrigando as dependências de serviço (Casa de Comando, Quartel da Tropa e outras), e abaixo dela, a Casa da Pólvora, recoberta por abóbada de berço.

Encontra-se representado numa iconografia de Carlos Julião, sob o nome de 8. Forte de S. Maria (Elevaçam e fasada que mostra em prospeto pela marinha, a cidade de Salvador, Bahia de todos os Santos, 1779. Gabinete de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar, Lisboa), ilustrada com os desenhos de trajes típicos femininos.

BARRETTO (1958) informa que estava guarnecido por um Capitão e dois soldados artilheiros, e artilhado com seis peças de ferro (uma de calibre 24 libras, duas de 18, uma de 12 e duas de 8) (op. cit., p. 191).
O século XIX

O Forte.

Em 1809 estava artilhado com dezoito peças, três das quais imprestáveis, assim como a fortificação (SOUZA, 1885:92). Acredita-se que o autor tenha se baseado no “Parecer sobre a fortificação da Capital“, do Brigadeiro José Gonçalves Leão, presidente da Junta encarregada pelo Governador da Bahia, em 1809, de propôr as obras necessárias para a defesa da península e do recôncavo (in: ACCIOLI. Memórias Históricas da Bahia. Vol. VI. p. 179 e segs). GARRIDO (1940) segue a informação de SOUZA (1885), porém considerando o ano como 1808 (op. cit., p. 86).

Ocupado pelos revoltosos durante a Sabinada (1837-1838), ao abandoná-lo os rebeldes levaram doze de suas peças para combater as tropas imperiais em outras partes de Salvador. Após o conflito, foi desarmado.

No contexto da Questão Christie (1862-1865), o “Relatório do Estado das Fortalezas da Bahia” ao Presidente da Província, datado de 3 de agosto de 1863, dá-o como reparado, citando:

“(…) É de figura irregular, tendo a figura de um hectogono com o perímetro de 514 palmos, do qual os dois lados da entrada e partes dos adjacentes, na extensão de 200 palmos são ocupados pelos quartéis e mais acomodações do pessoal e material do Forte.

Monta 8 peças do calibre 24 e outras tantas canhoneiras existentes, e tem banquetas próprias ao emprego da infantaria.

Está convenientemente reparado, sendo somente de notar que não existem plataformas, pelo que os reparos assentam sobre o mesmo solo do terrapleno, o qual, não sendo calçado com lajedos, e embora apresente uma superficie unida e regular, não oferece contudo ao jogo do reparo a necessária resistência, e nem na declividade da superfície o conveniente modificador do recuo: entretanto este Forte está bom, e pode prestar os serviços que seus recursos permitem.” (ROHAN, 1896:51, 57)
Do século XX aos nossos dias

No contexto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em 1915 encontrava-se em ruínas, conservando quatorze peças, inúteis (GARRIDO, 1914:86). De propriedade da União, o imóvel foi tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a partir de 1938. Passou para a administração do Ministério da Marinha a partir do ano seguinte, abrigando o Serviço Hidrográfico daquela arma, sendo utilizada atualmente como residência oficial do Comandante de Sinalização Náutica do Leste.

Fonte: wikipedia.com



Forte de São Diogo






O Forte de São Diogo localiza-se no Alto de Santo Antônio da Barra, atual bairro de Vitória, em Salvador, no litoral do estado brasileiro da Bahia.

Protegido pelo morro de Santo Antônio, do lado direito da praia do porto da Barra, junto àSanta Casa de Misericórdia, o Forte de São Diogo visava impedir, com o apoio do Forte de Santa Maria, o desembarque de qualquer inimigo naquele acesso ao Sul de Salvador, na Cidade Baixa.

Antecedentes

Esta estrutura ergue-se no local onde anteriormente havia existido o Castelo do Pereira.
O século XVII

A sua construção remonta ao Governo Geral de D. Diogo de Meneses Siqueira (1609-1613) com planta do Engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita (1603-1634). Em iconografia de João Teixeira Albernaz, o velho (Planta da Cidade de Salvador, 1616) figura como Estância de São Diogo.

No contexto das Invasões holandesas do Brasil foi reconstruído a partir de 1626, durante o Governo Geral de Diogo Luís de Oliveira (1626-1635), resistindo, ainda em obras, ao ataque de abril-maio de 1638 do Conde Maurício de Nassau (1604-1679) (BARRETTO, 1958:172).
O século XVIII

A estrutura sofreu alterações na estrutura e no traçado a partir de 1704, que lhe conferiram a atual estrutura orgânica, em que o terrapleno acompanha a linha da base do morro, cortado para a sua edificação. Foi inaugurado em setembro de 1722, quando passou a contar com uma bateria de sete peças de artilharia. De acordo com iconografia de José Antônio Caldas (Planta, e fachada do forte de S. Diogo. in: Cartas topográficas contem as plantas e prospectos das fortalezas que defendem a cidade da Bahia de Todos os Santos e seu reconcavo por mar e terra, c. 1764. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), apresenta o traçado de um meio reduto circular aberto com parapeitos à barbeta. Sobre o terrapleno, ergue-se edificação de dois pavimentos abrigando as dependências de serviço (Casa de Comando, Quartel da Tropa, Casa da Palamenta e outras). Esteve guarnecido com um Capitão comandante e dois soldados artilheiros, e artilhado com cinco peças de ferro de calibre 12 libras e duas de bronze de calibre 8 (BARRETTO, 1958:173), presumívelmente em meados do século XVIII.
O século XIX

O Forte de São Diogo e a Igreja de Santo Antônio em Salvador, na Bahia (1858).

No contexto da Questão Christie (1862-1865), o “Relatório do Estado das Fortalezas da Bahia” ao Presidente da Província, datado de 3 de agosto de 1863, dá-o como reparado (ROHAN, 1896:51), citando:

“(…) é este Forte de figura irregular, composto de seis lados retos e um curvo, à barbeta, cujo plano de fogo total é de 120 palmos.

Monta cinco peças de calibre 24, foi reparado e se acha em bom estado.

Não possui plataforma, e os reparos por semelhante falta descansam sobre o solo do terrapleno, que não é lajeado e nem possui o declive próprio daquela, como é conveniente na parte em que joga a artilharia.” (op. cit., p. 57)

Passou por novas reformas, nas canhoneiras e parapeitos, em 1875, 1883 e 1886 (GARRIDO, 1940:86). SOUZA (1885) informa que mantinha, à época (1885), quatro peças de artilharia, nasmuralhas abandonadas (op. cit., p. 93).
O século XX

À época da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), encontrava-se desarmada em 1915, e à da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), abandonada em 1940 (GARRIDO, 1940:86). BARRETTO (1958) adita que à época (1958), o Círculo Militar ocupava uma das dependências do forte.

Atualmente, o Forte de São Diogo encontra-se restaurado e aberto ao público, convertido em Centro Cultural, com programação regular de eventos. A sua guarnição apresenta-se trajada com o uniforme histórico do 1º Regimento de Infantaria da Bahia, dentro do projeto de revitalização das Fortalezas Históricas de Salvador, da Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com o Exército Brasileiro.

Para os aficcionados da telecartofilia, sua fachada e acesso ilustram um cartão telefônico da série Fortes de Salvador, emitida pela Telebahia, em junho de 1998.

Fonte: wikipedia.com



Forte do Monte Serrat





O Forte de Nossa Senhora de Monte Serrat localiza-se em posição dominante na ponta de Monte Serrat, limite Norte da cidade de Salvador à época do Brasil Colônia, atual rua da Boa Viagem, no litoral do estado da Bahia, no Brasil.
O atual forte

O Governador Geral João de Lencastre (1694-1702), fez reedificar o primitivo fortim, emalvenaria de pedra e cal, com planta do Engenheiro florentino Baccio di Filicaya (GARRIDO, 1940:94). Os trabalhos só foram concluídos, entretanto, em 1742, sob o governo do Vice-rei D. André de Melo e Castro (1735-1749).

De acordo com iconografia de José Antônio Caldas (Planta e prospeto do forte de N. Srª de Monserrate. in: Cartas topográficas contem as plantas e prospectos das fortalezas que defendem a cidade da Bahia de Todos os Santos e seu reconcavo por mar e terra, c. 1764.Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa), a sua estrutura apresentava planta no formato de um polígono hexagonal irregular, com parapeitos à barbeta e, nos vértices, guaritas circulares recobertas por cúpulas. No terrapleno, pelo lado do portão de acesso, observa-se uma edificação de dois pavimentos, abrigando as dependências de serviço (Casa de Comando,Quartel da Tropa, Casa da Palamenta, e outras), e a cisterna. Originalmente o seu acesso se dava por uma ponte levadiça entre a rampa e o terrapleno, e o Corpo da Guarda tinha, no pavimento térreo, dois quartéis flanqueando a entrada.

Também se encontra representado em uma iconografia de Carlos Julião, sob o nome de 1. Monserrate (Elevaçam e fasada que mostra em prospeto pela marinha, a cidade de Salvador, Bahia de todos os Santos, 1779. Gabinete de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar, Lisboa), ilustrada com os desenhos de trajes típicos femininos.
O século XIX

SOUZA (1885), reporta que em 1809 estava artilhado com nove peças (op. cit., p. 95). Acredita-se que esse autor tenha se baseado no “Parecer sobre a fortificação da Capital“, do Brigadeiro José Gonçalves Leão, presidente da Junta encarregada pelo Governador da Bahia, naquele ano, de propor as obras necessárias para a defesa da península e do recôncavo (in: ACCIOLI. Memórias Históricas da Bahia. Vol. VI.p. 179 e segs.). BARRETTO (1958) discrimina essa artilharia como sendo oito peças de calibre 18 libras e uma de 12 (op. cit., p. 177).

Durante a Sabinada (1837-1838), foi ocupado pelos revoltosos, que empregaram, para esse fim, o paquete Brasília, que fizeram artilhar com duas peças. Em resposta, a Marinha Imperial enviou uma força de sessenta fuzileiros navais, em quatro lanchas da fragata Imperial Marinheiro, que tentaram desembarcar na praia de Boa Viagem, a 13 de março de 1838, sendo repelidos por intenso fogo de artilharia e de fuzis. No dia seguinte, o forte sofreu um bloqueio naval pela própria Imperial Marinheiro, pela corveta Regeneração e pelo brigue Três de Maio. Ao mesmo tempo, por terra, um destacamento do Exército Brasileiro completou o cerco da posição, que, sob o fogo cruzado legalista, se entregou.

Foi visitado em 1859 pelo Imperador D. Pedro II (1840-1889), que registrou em seu diário de viagem:

“28 de Outubro – (…) Daí [do Lazareto] fui ao forte de Monserrate que jaz abandonado, tendo se picado a inscrição que existia sobre o portão. Tem bela vista e o Przewodowski, que mora perto, disse que ninguém morreu ainda aí de febre amarela ou de cólera.” (PEDRO II, 2003:161)

No contexto da Questão Christie (1862-1865), o “Relatório do Estado das Fortalezas da Bahia” ao Presidente da Província, datado de 3 de agosto de 1863, dá-o como reparado, citando:

“(…) Sua configuração é a dum hexágono com o desenvolvimento de 485 palmos, à barbeta e montando atualmente seis peças de calibre 18.

Está bem conservada, limpa e tem as acomodações precisas para o material e pessoal.

Deve-se pois considerar este Forte em estado de prestar os serviços que lhe são próprios; sendo somente de notar que não esteja armado com artilharia de maior calibre, como convém à sua posição e distância relativa aos outros fortes.” (ROHAN, 1896:51, 60-61)

SOUZA (1885) computa-lhe três peças, desmontadas, com os parapeitos das muralhas em bom estado, à época (1885) (op. cit., p. 95).
Do século XX aos nossos dias

O forte sofreu reparos em 1883 e, à época da Primeira Guerra Mundial, em 1915, bem como trabalhos de restauração pelo Ministério da Guerra em 1926, executados por solicitação do então governador do Estado da Bahia, Francisco Marques de Góis Calmon (1924-1928), que lhe preservaram as características originais (GARRIDO, 1940:94).

O sítio histórico de Monte Serrat / Boa Viagem (igreja e forte) encontra-se tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1957. De acordo com BARRETTO (1958), as instalações do forte eram ocupadas, à época, pelo SRMB da 6ª Região Militar (op. cit., p. 177). Nadécada de 1980 sediou a Seção Bahia da Liga de Amadores Brasileiros de Rádio-Emissão (SOUZA, 1983:169).

Administrado pela 6ª Região Militar do Exército brasileiro e restaurado, desde 1993 abriga o Museu da Armaria, expondo ao público diversas armas de fogo, incusive canhões. A sua guarnição apresenta-se trajada com o uniforme histórico do 1º Regimento de Infantaria da Bahia, dentro do projeto de revitalização das Fortalezas Históricas de Salvador, da Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com o Exército.

Fonte: Wikipédia



Forte de Santo Antônio da Barra – Farol da Barra







O Forte de Santo Antônio da Barra localiza-se na ponta do Padrão (atual Largo do Farol da Barra), em Salvador, estado da Bahia, no Brasil.

No local, que domina a entrada da barra de Salvador, diante do qual Gonçalo Coelho teria fundeado, aquele navegador fez erguer um padrão de posse para a Coroa Portuguesa, a 1 de novembro de 1501: conforme o calendário católico então adotado, era dia de (Dia de Todos-os-Santos).
Antecedentes

A primeira estrutura no local, para defesa da barra do porto da então capital da Colônia, foi erguida durante o Governo Geral de Manuel Telles Barreto (1583-1587) (BARRETTO, 1958:170). Provavelmente de faxina e terra, foi reconstruída em alvenaria de pedra e cal, a partir de 1596 durante o Governo Geral de D. Francisco de Sousa (1591-1602), com plantaatribuída ao Engenheiro-mor de Portugal, o cremonense Leonardo Torriani (1560-1628), no formato de um polígono octogonal regular.
As invasões holandesas

No contexto das Invasões holandesas do Brasil foi ocupado pelos neerlandeses na ofensiva de 1624 sem oferecer resistência, no dia 9 de maio. Foi reconquistado por tropas luso-castelhanas no ano seguinte, que nele concentraram o foco do contra-ataque, até à chegada da esquadra de D. Fadrique de Toledo Osório. Desse modo, foi ao abrigo do fogo da artilharia do Forte da Barra, que quatro mil homens desembarcaram para a retomada de Salvador, de onde expulsaram os invasores a 30 de abril.

Em 1626, um arquiteto francês projetou-lhe a forma de um polígono hexagonal, com dez metros de lado (SOUZA, 1983:171), o que se acredita não tenha se materializado, uma vez que se encontra figurado por João Teixeira Albernaz, o velho (Baía de Todos os Santos,1631. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), ainda como um polígono octogonal, mas artilhado com apenas três peças pelo lado do mar. O acesso, pelo lado de terra, alcançava as dependências de serviço, no terrapleno, flanqueadas por dois baluartes circulares.
O farol da Barra

Após o naufrágio do Galeão Santíssimo Sacramento, capitânia da frota da Companhia Geral de Comércio do Brasil, num banco de areia frente à foz do rio Vermelho, a 5 de maiode 1668, o forte foi reedificado a partir de 1696, durante o Governo Geral de João de Lencastre (1694-1702), quando recebeu um farol – um torreão quadrangular encimado por uma lanterna de bronze envidraçada, alimentada a óleo de baleia -, o primeiro do Brasil e o mais antigo do Continente (1698), quando passou a ser chamado de Vigia da Barra ou deFarol da Barra.
O capitão Santo Antônio de Lisboa

Em 1705 o Senado da Câmara de Salvador solicitou ao Governador-geral D. Rodrigo da Costa (1702-1705), que Santo Antônio de Lisboa sentasse praça nesta fortificação, no posto de Capitão (BARRETTO, 1958:170-171). A proposta foi aceite, tendo o Governador-geral expedito ordem, a 16 de Julho do mesmo ano, ao Provedor-mor da Fazenda Real doEstado do Brasil, para que o santo assentasse praça no posto de Capitão-intertenido, com o soldo sendo pago ao síndico do Convento de São Francisco, o que foi aprovado pela Coroa por Alvará de 7 de Abril de 1707. Posteriormente, pelos Decretos de 13 de Setembro de 1810 e de 25 de Novembro de 1814, o soberano promoveu o santo aos postos de Major e de Tenente-coronel, respectivamente.
O século XVIII

O forte apresentava ruína em 1752 e sofreu reformas em 1756 (SOUZA, 1983:171). BARRETTO (1958) dá-o como guarnecido por um Capitão comandante, um Sargento artilheiro, dois Tambores e oito Soldados artilheiros, artilhado com oito peças de bronze (duas de calibre 24, quatro de 16 e duas de 12) e dezessete de ferro (oito de calibre 36 e nove de 8) (op. cit., p. 170), acredita-se que para esse meado do século XVIII. A iconografia de José Antônio Caldas (Planta e fachada do forte de S. Antonio da Barra. in: Cartas topográficas contem as plantas e prospectos das fortalezas que defendem a cidade da Bahia de Todos os Santos e seu reconcavo por mar e terra, c. 1764. Arquivo Histórico Ultramarino,Lisboa), exibe a planta atual, de autoria do Engenheiro João Coutinho, atribuída ao ano de 1772, quando recebeu o formato de um polígono decagonal irregular, com seis ângulos salientes e quatro reentrantes, com parapeitos à barbeta. O terrapleno, acessado por um túnel emrampa que termina em escadaria, abriga edificações de um pavimento compreendendo as dependências de serviço (Casa de Comando,Quartel da Tropa, Cozinha, Casa da Palamenta, e outras), e cisterna abobadada. Nele estava situada ainda a torre do farol, de seção cilindrica. A construção é em alvenaria de pedra gnaisse, extraída do próprio local, e a portada é em cantaria de arenito.

Encontra-se representado numa iconografia de Carlos Julião, sob o nome de 9. Forte de S. A. da Barra (Elevaçam e fasada que mostra em prospeto pela marinha, a cidade de Salvador, Bahia de todos os Santos, 1779. Gabinete de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar, Lisboa), ilustrada com os desenhos de trajes típicos femininos.
O século XIX

Em 1809 contava com dezesseis peças, de calibres de 48 a 24 (SOUZA, 1885:92). Acredita-se que o autor tenha se baseado no “Parecer sobre a fortificação da Capital“, do Brigadeiro José Gonçalves Leão, presidente da Junta encarregada pelo Governador da Bahia, em 1809, de propor as obras necessárias para a defesa da península e do recôncavo (in: ACCIOLI. Memórias Históricas da Bahia. Vol. VI. p. 179 e segs). Planta da época, assinala que o forte não dispunha de fosso e nem de ponte levadiça. A Casa de Comando, alteração do século XIX, apresentajanelas com lenço de pedra sob as guarnições.

Durante a Guerra da Independência (1822-1823) esteve em mãos das forças portuguesas sob o comando do Coronel Inácio Luís Madeira de Melo (1775-1833), até à rendição em 1823 (GARRIDO, 1940:85).

À época do Período Regencial, o Decreto de 6 de julho de 1832 determinou a instalação de um farol mais moderno, fabricado na Inglaterra, em substituição ao antigo. Ao término das obras, inauguradas em 2 de dezembro de 1839, o novo equipamento de luz catóptico erguia-se sobre uma torre troncônica de alvenaria, com alcance de dezoito milhas náuticas com tempo claro (PRADO, Roberto Coutinho do (Cap. de Fragata). Faróis Brasileiros. Revista Correio Filatélico. a. 19, set./out. 1995, n° 156. p. 36-40).

Foi visitado em 1859 pelo Imperador D. Pedro II (1840-1889), que registrou em seu diário de viagem:

“28 de Outubro – (…) De tarde fui passear à Barra, (…). Numa ponta da terra que entra pelo mar e sobre o morro, todo verde de relva, contrastando com as pedras próximas, levanta-se o forte de Santo Antônio da Barra dentro do qual está um farol. A torre tem 76 degrausem espiral, e mais dois lanços, um de nove degraus e outro de oito até à base de apoio do aparelho ao qual se chega subindo mais seis degraus. O aparelho compõe-se de 21 espelhos parabólicos de metal branco, sete dos quais são cobertos por vidro vermelho. Dá uma volta em 5 minutos, e consome 34 canadas de azeite doce por mês. (…) A despesa com a limpeza do aparelho é por conta do Arsenal. (…) Não há água perto, e apanham a da chuva dentro de umas pipas que vi dentro do forte.” (PEDRO II, 2003:165-166)

No contexto da Questão Christie (1862-1865), o “Relatório do Estado das Fortalezas da Bahia” ao Presidente da Província, em 3 de agosto de1863, deu-o como inútil para a sua finalidade defensiva, utilizado como farol (ROHAN, 1896:51), citando:

“(…) É esta fortaleza o assento do farol, a favor de cujo serviço perdeu o seu destino próprio, e nem pode prestar simultâneamente com aquele, porque dos abalos e vibrações de artilharia devem resultar graves inconvenientes para as funções e mesmo existência do farol; mas quando o uso e as vantagens deste devessem ser propostas às que se podem tirar do Forte como recurso bélico, seria necessário o restabelecimento das obras de terrapleno, e as reparações reclamadas pelo abandono em que parece estar, apesar de ser habitada pelo pessoal do serviço do farol.

Em seu interior possui a fortaleza quatro casas, sendo duas abobadadas contíguas à entrada e duas no solo do terrapleno, que são alojamentos das pessoas acima aludidas e dependências do serviço do farol: estas casas precisam de algumas reparações.” (op. cit., p. 56)

Novos reparos foram procedidos no forte em 1875, quando contava com nove peças em mau estado (SOUZA, 1885:92). Em 1888 um novo aparelho de luz foi encomendado na Europa para o Farol da Barra, inaugurado em 20 de agosto de 1890.
O século XX

Em 1903, novos reparos foram procedidos na estrutura do farol e nas casas dos faroleiros. Em 1906 o Ministério do Exército cedeu o edifício mais próximo ao Farol, no terrapleno, para servir de residência aos faroleiros, e em agosto do ano seguinte a Capitania dos Portos recebeu o montante necessário para consertos gerais e pintura externa e interna do farol e casa dos faroleiros, procedimentos repetidos em 1933, 1934 e1935 (PRADO, 1995). De propriedade da União, o Forte de Santo Antônio da Barra, Forte Grande ou Fortaleza da Barra, foi tombado pelo então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1938.

Administrado pela Marinha do Brasil, após uma inspeção realizada pelo então Capitão-de-Mar-e-Guerra Max Justo Guedes, foram executadas, de junho de 1974 a 31 de março de 1975, obras de adaptação para a instalação da Seção do Museu Naval e Oceanográfico (Museu de Hidrografia, especializado em hidrografia e cartografia náutica) nas suas dependências. Novas obras para ampliação do Museu e restauro do forte e farol foram executadas em 1990, com o apoio da empresa AGA S/A e pessoal da guarnição do navio balizador Faroleiro Nascimento, da Marinha brasileira (PRADO, 1995), tendo sido homenageado com uma emissão filatélica da ECT da Série Faróis Brasileiros, emitido em 28 de setembro de 1995.

O forte integra o Projeto de revitalização das Fortalezas Históricas de Salvador, da Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com oExército Brasileiro. Voltou a sofrer intervenção de restauro no período de 1995-1998 com recursos oriundos da Fundação de Assuntos do Mar(ProMar) através de convênio firmado com o Ministério da Marinha, passando a abrigar o Museu Náutico da Bahia (10 de dezembro de 1998), que mantém em acervo peças de arqueologia submarina, réplicas de embarcações, equipamentos para navegação, cartas náuticas e outros documentos.


Fonte: wikipedia.com



Forte de São Marcelo







Nascida sob o signo da defesa, Salvador teve no Forte de São Marcelo um dos mais importantes pontos de proteção de seu porto. O forte foi alvo de ocupações e enfrentou batalhas decisivas contra os corsários que atacavam a cidade nos três primeiros séculos de colonização. Erguido em frente ao centro histórico da cidade, num banco de areia a 600 metros da encosta, o Forte chama atenção por ser o único de planta circular nas Américas, provavelmente inspirado na Torre do Bugio, em Portugal.

Inicialmente construído em madeira, foi edificado em alvenaria em 1623, portando 19 armamentos de defesa. Em 1650, começaram a execução de obras que lhe deram o tão peculiar formato circular. Em 1812, as últimas reformas finalizaram a formatação atual. Embora seu nome inicial tenha sido Forte de Nossa Senhora do Pópulo de São Marcelo era popularmente conhecido como Forte do Mar.

Ocupado pelos conquistadores durante a invasão holandesa de 1624, dele os inimigos dispararam balas incendiárias, aterrorizando os moradores soteropolitanos. Já na tentativa de ocupação liderada pelo holandês Maurício de Nassau, em 1638, o Forte teve papel decisivo para manter a esquadra do conquistador à distância.

O Forte de São Marcelo encontra-se tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 23 de Maio de 1938, tendo se procedido à recuperação do cais de atracação em 1942. Entre 1965 e 1967, a Prefeitura Municipal do Salvador, sob orientação do Patrimônio Histórico, procedeu a alguns reparos.

No período de 1978 a 1983 foram procedidos alguns trabalhos de restauração pelo Iphan, visando a instalação do Museu Arqueológico do Mar, voltado para o modelismo naval e a arqueologia submarina, com acervo do Serviço de Documentação da Marinha e o apoio do 2º Distrito Naval – o que não se materializou. Por apresentar fissuras nas paredes, suas dependências internas foram novamente restauradas em 1989.

O cais de atracação foi recuperado no ano 2000, com a instalação de uma plataforma flutuante para comodidade de acesso de visitantes. Reaberto à visitação pública desde 12 de novembro de 2004, foi entregue à população em 2006, depois de requalificado, com atividades culturais, de lazer e de turismo.


Fonte: Wikipédia