As movimentações na esfera do poder nacional e o cenário diante das eleições municipais que acontecem em outubro têm mexido na arrumação das equipes do governo baiano e da Prefeitura de Salvador. No campo da gestão estadual, após a mudança na Secretaria de Planejamento (Seplan) com o afastamento de Zezéu Ribeiro (PT) e consequente substituição por José Sérgio Gabrielli (PT), que deixou o comando da Petrobras, a expectativa é de mais mudanças até o início do próximo mês. Os próximos capítulos reservam alterações nos comandos da Secretaria da Fazenda (Sefaz) e na Secretaria de Desenvolvimento e Combate à Pobreza (Sedes).
O governador Jaques Wagner (PT), que viaja hoje para Brasília, já começa a articular nomes possíveis para troca de comando dessas áreas. No Palácio Thomé de Souza, o clima também é de dança das cadeiras. Dois secretários municipais se desincompatibilizam ainda esta semana de suas funções, antecipando o prazo legal de seis meses, estabelecido pela Justiça Eleitoral para aqueles que irão concorrer a cargos eletivos, e pelo menos mais seis mudanças ainda são esperadas no primeiro e segundo escalões.
Vale lembrar que o ambiente de mudanças na composição do poder municipal já começou ontem com a posse do novo secretário de Comunicação (Secom), André Curvello. Ele reassume a pasta que já comandou por dois anos e meio. De olho nas urnas de outubro, vão se desincompatibilizar dos cargos também os secretários de Planejamento e Gestão, Reinaldo Saback, e da Casa Civil, João Leão (PP).
Saback, que pensa em concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores, se despede da pasta amanhã. Antes, ele entrega para o prefeito João Henrique (PP) o Plano de Cargos e Salários do funcionalismo. Já João Leão, que durante os últimos meses se tornou o braço direito do alcaide, retoma seu mandato de deputado na Câmara Federal.
No âmbito estadual, por sua vez, o titular da Sefaz, Carlos Martins (PT), que amanhã apresentará na Assembleia Legislativa o balanço das contas do último quadrimestre de 2011, já está de malas prontas para deixar a pasta até o dia 30. Em conversa com a Tribuna, o secretário confirmou mais uma vez que está decidido a deixar o governo e encarar o sonho de disputar a Prefeitura de Candeias.
Ele, que ainda cumpre as tarefas de secretário, fez uma avaliação positiva de sua atuação. “Entrego uma gestão fiscal equilibrada. Ao longo dos cinco anos, vou conseguir entregar o Estado bem melhor do que antes”, afirmou. O secretário disse não saber quem irá substituí-lo. “O governador, no momento certo, é quem vai dizer”, restringiu.
O responsável pela área de Combate à Pobreza, Carlos Brasileiro (PT) ainda não bateu o martelo, mas há quem já dê como certa a sua saída para enfrentar as eleições para a Prefeitura de Senhor do Bonfim. Conforme sua assessoria de comunicação, ele ainda não emitiu uma decisão sobre o assunto. No entanto, nos bastidores do meio político, há quem diga que a falta de lideranças de peso dentro do PT no município possa influenciar na saída.
Caso ele não saia, poderá apoiar um candidato do arco de alianças entre os partidos governistas, PSB ou PCdoB. Segundo a assessoria de comunicação, seu objetivo é cuidar das questões ligadas ao metrô de Salvador, de forma mais direta em Brasília. Os subsecretários das respectivas pastas assumirão interinamente. Lílian Machado REPÓRTER
Fonte: Tribuna da Bahia